quarta-feira, 11 de maio de 2011

Outono

Por entre as pedras da rua simples, as folhas daquelas grandes árvores eram repousadas no chão.
Caíam sem qualquer ordem, sem qualquer mandamento. Apenas se desprendiam.
Curiosa, uma menina apoiada na janela de sua casa contava de quanto em quanto via uma folha cair. A mesma decidiu pegar uma vassoura e juntar todas aquelas.
E assim fez, uma a uma. Aos que passavam por perto, um grande monte de folhas amareladas escondiam uma casinha simples. Mas para a menina, o monte representava algo melhor: um grande e confortável colchão.
A menina tomou coragem e pulou sobre o monte de folhas. Quando se deu conta, as folhas caíam com extrema lentidão, como se respeitassem o ritmo de seu coração, que emocionado entrava em sinfonia com suas tímidas lágrimas, para formar uma música dançante para cada uma daquelas folhas mortas.

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