Mas mesmo assim, sentiu-se em sossego da máquina a frente, pois era dia de chuva.
Pela janela ele viu uma simples garoa tornar-se tempestade. O menino olhou para a porta e se assustou ao ver que a água suja adentrava sua moradia. Pulou em cima do seu sofá e quando se deu conta, estava em um barco.
Um barco com a marca das Casas Bahia num rio de gotas de chuva.
Saiu pelo portão, já estava na rua. Por sua volta, via seus vizinhos escalarem seus telhados, todos numa correria tremenda para salvarem bens materiais.
O menino sem ter o que fazer, ficou com medo de chorar, acreditava que se chorasse, aumentaria a enchente.
Lhe restava somente contemplar a cena, afinal, o que uma criança poderia fazer?
Por entre as águas sujas que o ilhavam, um leve ninar as mesmas lhe traziam, como na breve lembrança de seu berço de neném. Não resistiu à situação, decidiu dormir, para acordar, amanhã, bem longe dali.
Este texto é um diálogo com as notícias sobre as chuvas em São Paulo e as iniciativas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito, Gilberto Kassab (DEM), que anunciaram nesta tarde um plano de R$800 milhões para combate às enchentes.